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Matéria Técnica – Engenharia de Segurança do Trabalho: pilar essencial na prevenção de acidentes no Brasil

25 agosto 2025

O primeiro semestre de 2025 trouxe um recado alarmante: os acidentes de trabalho voltaram a crescer e começam a pesar na economia nacional. Foram contabilizados 380.376 acidentes de trabalho, resultando em 1.689 mortes, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego. Em relação ao mesmo período do ano anterior, os números representam aumento de quase 9% nos acidentes e de 5,63% nos óbitos. Essa realidade, preocupante em qualquer cenário, ganha contornos mais sombrios quando se percebe que esses acidentes podem representar uma perda de até 4% do PIB nacional por ano.

Os dados revelam uma tendência já observada nos anos anteriores: entre 2021 e 2024, a trajetória dos acidentes de trabalho teve variação de 12,63%, seguida por 11,91% e 11,16%, respectivamente. No comparativo entre os primeiros semestres de 2024 e 2025, o acréscimo de 8,98% mantém a curva ascendente. O impacto vai além dos números imediatos: 62,35% das vítimas precisaram se afastar por até 15 dias, e outros 12,03% ficaram afastados por mais tempo.

Esse cenário evidencia, com urgência, a importância da Engenharia de Segurança do Trabalho, que atua diretamente na prevenção de acidentes e na mitigação de riscos. Políticas públicas mais robustas, programas de prevenção efetivos e mudança cultural nas empresas são medidas apontadas como essenciais por especialistas.

Nesse contexto, a APEAAP reafirma seu compromisso com a disseminação de conhecimento técnico e a valorização da segurança profissional. “A segurança no trabalho não é um custo, mas um investimento. Cada medida preventiva salva vidas e reduz custos sociais e econômicos para as empresas e o país”, destaca o Engenheiro Emanuel Barreto Rios, presidente da APEAAP. Esse posicionamento coloca a Engenharia não apenas como executora de diretrizes, mas como protagonista na construção de ambientes de trabalho mais seguros.

Ainda segundo Rios, “a Engenharia tem o dever de projetar soluções que eliminem riscos, desde a concepção de máquinas até a organização dos canteiros de obra. As normas precisam ser respeitadas”. Entre as normas técnicas fundamentais, destacam-se as Normas Regulamentadoras (NRs) nacionais, instituídas pela Portaria nº 3.214 desde 1972, bem como instrumentos como a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), o PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos) e o LTCAT (Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho). Em especial, desde 2022 o PGR substituiu o antigo PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), reforçando a abordagem preventiva de identificação e controle de riscos físicos, químicos, biológicos e ergonômicos no ambiente laboral.

Além das diretrizes regulamentares, a cultura de segurança tem de se consolidar em todos os níveis da organização. Treinamentos regulares, uso correto de EPIs, manutenção de equipamentos, fiscalização técnica qualificada e canais de denúncia são ferramentas indispensáveis. É nesse ponto que a Engenharia, aliada à mobilização de entidades como a APEAAP, pode realmente promover mudanças duradouras.

O cenário de alta contínua de acidentes exige resposta urgente e integrada. A Engenharia de Segurança do Trabalho deve ser vista como aliada estratégica da economia, da saúde pública e da dignidade humana. E, como ressalta o presidente da APEAAP, “ cada medida preventiva salva vidas e reduz custos sociais e econômicos para as empresas e o país.” A missão está posta: promover uma integração mais profunda entre normas, tecnologia, cultura de prevenção e responsabilidade institucional.

Por Fabricio Oliveira – MTB nº 57.421/SP