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Matéria Técnica – Mulheres na Engenharia: Avanços e Desafios em 2025

17 março 2025

Em 2025, a participação das mulheres na Engenharia no Brasil continua a crescer, refletindo uma transformação significativa em um setor historicamente dominado por homens. Dados atualizados mostram que as mulheres já representam 25% dos mais de 1,2 milhão de profissionais registrados no Sistema Confea/Crea, um aumento de 5% em relação a 2023. Esse avanço é resultado de políticas de equidade de gênero, maior conscientização sobre a importância da diversidade e o protagonismo de mulheres que inspiram novas gerações.

O presidente da Associação dos Engenheiros de Pindamonhangaba, Engenheiro Emanuel Barreto Rios, destaca a importância desse progresso: “A presença das mulheres na Engenharia não é apenas uma questão de justiça social, mas também de inovação e eficiência. Diversidade traz novas perspectivas e soluções criativas para os desafios da nossa profissão. Precisamos continuar incentivando e apoiando essa mudança.”

Um exemplo emblemático dessa transformação é o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea-SP). Em praticamente 90 anos de existência, o Crea-SP elegeu uma mulher para presidir a autarquia entre seus 370 mil profissionais registrados, a Engenheira Ligia Mackey. Mais, além de uma presidente, este Conselho tem também uma vice-presidente, a Engenheira Marilia Gregolin Costa de Castro. Esses feitos, contudo, não são isolados. São resultados que mostram o potencial transformador de repensar as estruturas tradicionais, buscando meios de garantir uma participação efetiva das mulheres no mercado de trabalho e em posições de liderança.

A trajetória de mulheres pioneiras na Engenharia e áreas afins serve como inspiração para as profissionais de hoje. Enedina Alves Marques, primeira engenheira negra do Brasil, e Dorothy Johnson Vaughan, pioneira na tecnologia aeroespacial, são exemplos de resiliência e excelência. Florence Bascom, Inge Lehmann e Beatrice Shilling também deixaram legados que continuam a influenciar gerações.

“Essas mulheres não apenas abriram caminhos, mas também provaram que a Engenharia é um campo plural e enriquecedor quando abraça a diversidade”, comenta Emanuel Barreto Rios. “Hoje, vemos engenheiras, agrônomas, geocientistas e tecnólogas liderando projetos de grande impacto, desde infraestrutura até sustentabilidade.”

Apesar dos avanços, os desafios persistem. As mulheres ainda enfrentam barreiras culturais e estruturais, como a falta de representatividade em cargos de liderança e a desigualdade salarial. No entanto, estudos mostram que empresas com maior diversidade de gênero têm desempenho financeiro superior e níveis mais altos de inovação. Uma pesquisa da FIA Business School revelou que 79% dos colaboradores confiam plenamente em suas CEOs, um índice maior do que o registrado para CEOs homens (72%).

“Precisamos ampliar o debate e garantir que as mulheres não apenas ingressem na Engenharia, mas também ocupem espaços de decisão”, afirma Rios. “Isso requer políticas públicas, programas de mentoria e o compromisso de toda a classe profissional.”

Em 2025, a Engenharia brasileira está mais diversa e inclusiva, mas ainda há muito a ser feito. A Associação dos Engenheiros de Pindamonhangaba tem se empenhado em promover eventos, palestras e workshops que discutem a equidade de gênero e incentivam a participação feminina. “Nosso objetivo é construir um futuro onde a igualdade seja uma realidade, não apenas na Engenharia, mas em todas as áreas da sociedade”, conclui Rios.

A luta por um setor mais justo e representativo continua, e as mulheres estão no centro dessa transformação. Como bem destacou o Crea-SP, a diversidade não é apenas um posicionamento humanitário, mas uma estratégia consciente e sustentável para o futuro que queremos construir.

Por Fabricio Oliveira – MTB nº 57.421/SP