As queimadas no Brasil, especialmente na Amazônia e no Cerrado, continuam sendo uma preocupação significativa em 2024. Este problema se agrava em razão de fatores como a expansão agrícola, pecuária e o desmatamento ilegal, além das mudanças climáticas que ampliam a incidência de secas e temperaturas elevadas, favorecendo o surgimento de focos de incêndio.
Esses desastres naturais também trazem impactos econômicos profundos. Setores como o turismo e a agricultura, que dependem de um ecossistema equilibrado, sofrem prejuízos significativos. Além disso, o Brasil, que enfrenta pressão internacional para reduzir as emissões de carbono e proteger suas florestas, pode perder investimentos e acordos comerciais importantes devido à percepção global negativa sobre sua gestão ambiental.
“A engenharia tem um papel fundamental na mudança do cenário das queimadas no Brasil, oferecendo soluções tecnológicas, estruturais e de planejamento que podem ajudar a mitigar seus impactos e prevenir novas ocorrências”, garante o Presidente da APEAAP, Engenheiro Mecânico e de Segurança do Trabalho, Emanuel Barreto Rios.
Cada vez mais comuns, um fenómeno tem surgido e se tornado um desafio para os profissionais de Engenharia. As secas relâmpagos (ou flash secas em inglês) são uma ocorrência climática caracterizada pela ocorrência de uma seca de forma muito rápida e inesperada, em um período curto de tempo, geralmente de semanas a alguns meses. Ao contrário das secas convencionais, que costumam se desenvolver gradualmente, as secas relâmpagos ocorrem de forma abrupta, com impactos quase imediatos no meio ambiente e na sociedade.
Um pesquisador brasileiro está treinando um modelo de inteligência artificial (IA) para detectar secas-relâmpagos. O professor Humberto Barbosa, meteorologista da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), desenvolveu um algoritmo. “Diante das emergências climáticas e enorme volume de dados históricos, usar a IA contribui para uma melhor estimativa futura destes eventos climáticos extremos. É um avanço tecnológico, considerando que os modelos climáticos atuais não possuem habilidade para detectar secas-relâmpagos”, afirmou o pesquisador.
As secas, especialmente as mais graves e recorrentes, levaram a importantes mudanças e adaptações na engenharia. “A escassez de água afeta diretamente diversas atividades do setor, exigindo novas abordagens em projetos, técnicas de construção e tecnologias para mitigação dos efeitos da seca”, conta o Engenheiro Emanuel Barreto Rios, Presidente da APEAAP.
A seguir, estão algumas das principais mudanças que a engenharia tem adotado diante do cenário de secas
Com a escassez de água, tem crescido a demanda por soluções de captação e armazenamento de água, tanto em áreas urbanas quanto rurais. Isso inclui:
A engenharia avançou em técnicas de tratamento e reutilização de água , especialmente em regiões onde o recurso é escasso:
A falta de água impacta diretamente a produção de cimento e concreto , materiais essenciais na construção civil:
A escassez de água e a necessidade de preservação de recursos hídricos levaram a mudanças importantes no planejamento urbano:
No setor agrícola, as secas são impulsionadas pelo desenvolvimento de tecnologias de segurança mais eficientes, que utilizam menos água:
O planejamento e gestão eficiente dos recursos hídricos são fundamentais para mitigar os impactos das secas:
As secas também afetaram a geração de energia, especialmente a hidrelétrica. Assim, os engenheiros buscaram alternativas para reduzir o consumo de água na geração de energia:
Por Fabricio Oliveira – MTB 57.421/SP
Fonte: Site do CREA-SP, G1, BBC