Sancionada em abril de 2021, a Lei de Licitações e Contratos Administrativos (Lei nº 14.133/2021), traz uma nova perspectiva para a Engenharia e para os profissionais. Diz: “Licitações de obras e serviços de engenharia e arquitetura, sempre que adequada ao objeto da licitação, será preferencialmente adotada a Modelagem da Informação da Construção (Building Information Modelling- BIM) ou tecnologias e processos integrados similares ou mais avançados que venham a substituí-la”.
Destaque também para o Decreto nº 10.306, de 2 de abril de 2020, que estabelece a utilização do Building Information Modelling na execução direta ou indireta de obras e serviços de engenharia realizada pelos órgãos e pelas entidades da administração pública federal, no âmbito da Estratégia Nacional de Disseminação do BIM. Importante, essas regras valem inicialmente para contratos com órgãos governamentais, mas apresentam-se como o futuro das relações de negócios, entre empresas, profissionais e clientes.
Assim como tudo, os processos que envolvem o fazer Engenharia também evoluíram, e o BIM é um exemplo. O Building Information Modeling (BIM), em português Modelagem da Informação da Construção, é o novo conceito quando se trata de projetos para construções. O Engenheiro Elétrico e Gerente de Projetos, Alexandre Serpa, explica: “O BIM precisa da atenção dos profissionais, é um método que permite a integração das diversas disciplinas da Engenharia dentro de um mesmo projeto. O BIM surge para otimizar o trabalho dentro do projeto, para integrar as disciplinas estanques”.
“Adepto ao BIM, o profissional poderá trazer para seu trabalho a perspectiva da Engenharia 4.0, que permite a virtualização do projeto, a realidade aumentada. E isso tudo, é claro, otimiza recursos e permite uma certa previsibilidade das situações que podem ocorrer”, diz o Engenheiro Alexandre Serpa.
O primeiro passo para que o profissional possa se integrar a essa nova realidade é entender o que é o BIM, a filosofia, e buscar, de alguma forma, qualificação acadêmica. “Dentro da sua especificidade, seja civil, ou elétrica, etc, buscar formação dos softwares que integram o BIM. Entender sobre gerenciamento de projetos, mesmo que você não queira ser um gerente de projetos. Ter ciência de como funciona, é fundamental”, conta Serpa.
O BIM é um movimento internacional, e foi trazido ao Brasil pelos órgãos governamentais. Então coube aos órgãos governamentais a difusão dessa proposta por meio de leis e decretos, que passam a obrigar que empresas que prestam serviços a esses órgãos, que usem a metodologia BIM em projetos. “Isso vem com dois objetivos, o primeiro é criar um projeto mais estruturado e com previsibilidade e segundo, fomentar a difusão do conhecimento. Por se tratar de uma metodologia que exige um investimento, então não existe jeito melhor, do que pela obrigatoriedade dos órgãos governamentais”, avalia o Engenheiro Alexandre Serpa.
Em palavras mais enxutas, podemos dizer que diferente do desenho usual e comum, em 2D, que apresenta de forma planificada o que será construído, a modelagem com o conceito BIM trabalha com modelos 3D. Essa nova perspectiva permite assimilar de forma mais fiel o produto final.
Fabricio Oliveira – MTB 57.421/SP