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Conectividade é o maior desafio das agtechs

22 fevereiro 2022

Ao mesmo tempo que a economia brasileira passa por um período desafiador – ainda por sentir os impactos da pandemia -, o agronegócio ganha destaque entre as frentes que mais cresceram em 2021. O cenário favorável se deu após o setor responder por um terço do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, com 28% de participação. Esse bom momento pode ser observado também por um progresso das agtechs – como são chamadas as startups que atuam no agronegócio -, que tendem a ser ainda mais estimuladas com a chegada do 5G.

Embora haja um panorama positivo de oportunidades no agro, o setor enfrenta desafios para garantir a expansão tecnológica no campo. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), Felipe Matos, a zona rural ainda sofre com a baixa qualidade de cobertura da internet. “Em alguns lugares, nem a rede 3G chegou, o que dificulta o processo de implantação e crescimento de algumas soluções tecnológicas”, analisa.

Esta realidade é mostrada também pelo último Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em 2017. Os dados revelam que 70% das propriedades rurais do país ainda trabalham de forma offline, ou seja, sem acesso à internet. “Se estas propriedades forem utilizar uma tecnologia de instrumentação, sensores de irrigação ou algo nesse sentido, precisarão investir em estrutura para que os aparelhos possam ser eficientes em termos de conectividade. Pois, sem sinal de qualidade nestes lugares, não tem como colocar em prática soluções inovadoras”, argumenta o especialista.

No entanto, mesmo que a rede de internet ainda seja escassa em muitas localidades, Matos pondera que houve expansão da conectividade com o aumento de iniciativas da Indústria 4.0 (conhecida também como ‘Quarta Evolução Industrial’). Estes resultados foram impulsionados, principalmente, com o uso de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), intensificadas no início da pandemia.

São Paulo Agro

O estado de São Paulo se destaca pela quantidade de startups voltadas ao agronegócio no Brasil. Segundo dados da Abstartups, das 299 agtechs ativas no Brasil, o Estado comporta 27,4% do total de iniciativas de inovação, seguido do Rio Grande do Sul (17,2%) e do Paraná (12,7%).

Essa expressiva quantidade de projetos de inovação em São Paulo reflete também a realidade do Sudeste brasileiro, que conta com 40,8% das startups do agronegócio. Em seguida, destaca-se o Sul do país, com 36,9% e, logo após, o Centro-Oeste, com 14,6%. Dados da Associação revelam que as regiões Nordeste e Norte são contempladas com 6,4% e 1,3%, respectivamente, por estas iniciativas.

“No Sudeste, há confluência de riqueza econômica, um setor forte e grande oferta de tecnologia. Esses fatores fazem com que a maior parte das empresas do agronegócio tenha a própria infraestrutura de conectividade e seja mais desenvolvida em comparação com as de outras regiões. Esse ambiente acaba sendo mais favorável para que novas agtechs surjam. É o que esperamos para os próximos anos”, finaliza Matos.

Produzido pela CDI Comunicação